
«O Estado Novo [ainda] não saiu de Portugal»
Mário Pinto, in Observador - 30 jul 2022
Foi-me
apresentada há dias no decurso de uma reunião. Nos tempos que correm poucos são
os que simpatizam com o malfadado animal. No entanto, confesso que achei graça
a esta burra, que passeou no meu pensamento, pelo que ouso, aqui, apresentá-la.
A
história bíblica é-nos relatada no Livro dos Números (22-24). Aí conhecemos o
mago Balaão, a quem o rei Balac se confia, para que usando das suas habilidades
e profecias possa bloquear os invasores do seu território. Balaão apesar de não
querer amaldiçoar o povo, interessado nas riquezas que lhe poderia oferecer o
rei, inicia a missão usando para se deslocar a “famosa burra”. De acordo com o
que estava escrito, Deus não permitiria que o Seu povo fosse maltratado, envia
por isso, um anjo com uma espada, que aparecerá por três vezes querendo
impedi-lo de continuar o caminho. Contudo, por três vezes a burra vê o perigo,
sai da estrada e vai para o campo. Balaão cheio de raiva bate-lhe, até que pela
terceira vez, o animal ganha voz e pergunta-lhe o que tem feito de mal para ter
aquele tratamento (lembremo-nos que além de carregar Balaão, o tem livrado da
morte). Ele, ainda furioso, responde que se tivesse uma espada na mão a
mataria, pois não respeitara os seus comandos. Foi nesta hora que o Senhor
abriu os olhos do profeta e ele viu o Anjo, que estava na frente do caminho com
a espada na mão. Balaão deu-se conta do que fizera e reconheceu o seu pecado
dizendo ao Anjo que não sabia que o Senhor estava a agir, através do animal que
o transportava, para fazê-lo parar. Obedeceu a Deus, não amaldiçoou o povo e
além disso transformou a sua forma de viver. Conhecida a história percebemos
que a sua graça está no animal escolhido para se tornar a voz de Deus, uma
burra!
Nas
fábulas, assim como na vida quotidiana, Deus serve-se, muitas vezes, do que aos
nossos olhos parece improvável, para agir sobre a humanidade. No entanto, nem
sempre conseguimos treinar os nossos sentidos, para captar de imediato as Suas
intenções. Talvez por isso o Papa Francisco tenha proposto a vivência deste
Sínodo. Chamados à comunhão, à participação e à missão. Estamos todos
convocados para ‘fazer germinar sonhos, suscitar profecias e visões, fazer
florescer a esperança, estimular confiança, faixar feridas, entrançar relações,
ressuscitar uma aurora de esperança, aprender uns com os outros e criar um
imaginário positivo que ilumine mentes, aqueça corações, restitua força às
mãos’.
Que
tal como a burra de Balaão não tenhamos medo de sair da rota, mas confiemos na
ação do Espírito de Deus. Mais do que dos outros, a sinodalidade depende de cada
um de nós! Então, tomemos a “nossa burra” e coloquemo-nos a caminho!
Marta
Vilas Boas, in Ação Missionária, NOV. 2021
Mário Pinto, in Observador - 30 jul 2022
Francisco Vêneto - publicado em 26/07/22, in Aleteia
Pedro Vaz Patto, Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz
Senhor ministro da Educação, se não quer ficar na história como o Inquisidor da propaganda de género, desbloqueie este nó górdio por si criado pois tem no Parlamento uma maioria do seu partido.
Isabel Ricardo Pereira, In 7Margens, 6.07.2022
Jorge Bacelar Gouveia