
«O Estado Novo [ainda] não saiu de Portugal»
Mário Pinto, in Observador - 30 jul 2022
A principal prioridade do novo Governo de António Costa é tirar Portugal da
cauda da Europa. Louvemos o primeiro-ministro. Contudo, é estranho que tendo
sido ele próprio e o seu partido os principais responsáveis pelo falhanço
económico do país, só agora se tenha dado conta das asneiras que fizeram. Mas,
qualquer filho de Deus pode encontrar a sua Estrada de Damasco, ser atingido
pela luz da verdade e arrepiar caminho. Mesmo os socialistas portugueses, muito
superiores a Paulo de Tarso na perseguição aos criadores de riqueza e aos
cidadãos que não trabalhem para o Estado, podem ser iluminados. Estranhos,
misteriosos e desconcertantes são os caminhos do Senhor.
Ele lá sabe…
Tão ambicioso objetivo esbarra, porém, numa citação atribuída a Einstein
que, embora não seja dele, não deixa de ser verdadeira. A definição de loucura:
repetir vezes sem conta o mesmo método e esperar resultados diferentes.
Homem inteligente, António Costa não irá certamente querer passar por
insano. Porque, uma vez que foram os últimos vinte anos de governo socialista
que empobreceram e atrasaram o país, não será decerto com esse estafado método
de governo que Portugal sairá da cauda da Europa. Em Portugal acontecem
fenómenos sem explicação como os pepinos gigantes do Entroncamento, a reeleição
de José Sócrates e a própria aparição da Virgem, mas até num país mirabolante
os prodígios têm limites. Com mais Socialismo não vamos lá e o
primeiro-ministro sabe-o.
Por isso, se Paulo de Tarso viu Jesus, António Costa viu o Liberalismo. E o
Santo Ananias que o curou da cegueira foi a Irlanda - terra de fé católica, São
Patrício e iluminuras. António Costa olhou para a Irlanda: o país mais liberal
da Europa que nos leva os enfermeiros e a geração mais bem preparada de sempre.
De país pobre, passa, a partir da crise financeira de 2008, a ser um dos países
mais ricos da UE que atrai as melhores empresas do mundo e os emigrantes mais
bem qualificados. A Irlanda atual tem um salário médio que é quase o triplo do
português, está no segundo lugar do índice de desenvolvimento humano -
combinação da saúde, do rendimento e da educação -, está no terceiro lugar no
índice de rendimento per capita e no décimo lugar mundial no índice de Gini que
mede as desigualdades sociais. E tudo isto bebendo cerveja Guiness em vez
de Super Bock, uma mixórdia que até mata os ratos chamada Irish Coffee, e não
fazendo a menor ideia de como se cozinha seja lá o que for.
Ora, perante este milagre económico e esta boa nova social, o
primeiro-ministro concluiu, tal como o seu pai espiritual, que chegara a altura
de meter o Socialismo na gaveta. Nem todos ficarão convencidos, um novo Pedro
recusar-se-á sentar-se com os gentios, haverá greves e protestos, alguns
chiliques, mas a sua fé é inquebrantável.
Com a bênção do político mais pio desde Oliveira Salazar, Sua Excelência o
Presidente da República, aguarda-se, pois, a Carta aos Coríntios portugueses
que começará assim:
«Ainda que eu fale as línguas
dos homens e dos anjos, se não tiver amor ao Liberalismo, sou como um bronze
que soa ou um címbalo que retine.»
João Cerqueira – Escritor, In
Nascer do Sol 20.02.2022
Mário Pinto, in Observador - 30 jul 2022
Francisco Vêneto - publicado em 26/07/22, in Aleteia
Pedro Vaz Patto, Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz
Senhor ministro da Educação, se não quer ficar na história como o Inquisidor da propaganda de género, desbloqueie este nó górdio por si criado pois tem no Parlamento uma maioria do seu partido.
Isabel Ricardo Pereira, In 7Margens, 6.07.2022
Jorge Bacelar Gouveia