
SEMANA SANTA E GRANDE!
13 de abril de 2025
“A parábola dos talentos narra a história
da confiança do Senhor em nós, em cada um de nós, confiança que se concretiza
num dom que nos é pedido para fazer frutificar neste tempo de espera do
regresso do Senhor. Muitas vezes falamos apenas da nossa fé, da nossa confiança
no Senhor, esquecendo que é em primeiro lugar o Senhor a dar-nos confiança, a
ter fé em nós. A nossa vida é precedida de um chamamento, é dom, mas o dom deve
ser reconhecido, acolhido com gratidão e feito frutificar.
Na parábola de Mateus, o proprietário,
antes de partir para uma longa viagem, deixa aos seus servos uma soma de
dinheiro adequada à capacidade de cada um. Conhece bem os seus servos, conhece
a possibilidade de cada um. A soma que deixa é despropositada: o ta - lento
equivalia a seis mil dracmas ou dinheiros, correspondente a seis mil dias de
trabalho de um operário.
«Passado muito tempo», o proprietário
regressa e pede contas aos seus servos de quanto lhes confiou. Esse muito tempo
alude à experiência vivida pela comunidade cristã primitiva: o Senhor está a
demorar (cf. Mateus 24, 48; 25, 5). A quem pergunta, com sarcasmo, «onde está a
promessa da sua vinda?», a segunda Carta de Pedro responde que o Senhor não
demorará a cumprir a sua promessa, mas, se nos é dado ainda um tempo de espera,
é para que todos tenhamos a possibilidade de nos converter (cf. 2 Pd 3, 3-10).
É-nos dado tempo para nos interrogarmos sobre o uso que fizemos dos dons do
Senhor.
Os dois primeiros servos ouvem as mesmas
palavras, o mesmo convite a tomarem parte da alegria do seu senhor. Quanto ao
terceiro servo, o proprietário concorda com as suas palavras, reconhece que é
exigente; mas deixa cair uma palavra: a que o define como duro. Nenhuma dureza:
duro é o servo que não sabe reconhecer no talento um sinal de benevolência, mas
projetou o seu temor e a sua angústia na imagem que tem do proprietário. Nunca
assumiu a responsabilidade que lhe era confiada; teve medo de arriscar, de
jogar a sua vida.
Escrevia John Henry Newman: «Não ter medo
que a vida possa acabar. Em vez disso, ter medo que nunca possa realmente começar».
A falta de confiança no proprietário impede o terceiro servo de acolher com
responsabilidade o dom que lhe foi dado. Não fez frutificar o que recebeu,
conservou-o tal e qual como propriedade do seu senhor. É dominado pelo medo e o
seu medo traduz-se num legalismo estéril, infrutuoso.
Os servos louvados pelo proprietário
sabem reconhecer o dom e assumem responsavelmente a sua partida; tornam-se
sujeitos, sabem trabalhar com o dom recebido; sabem receber e agora sabem
responder à confiança recebida. Acreditaram na força, no poder do dom recebido
mais do que na sua debilidade e fragilidade. Entram na alegria do seu
proprietário; esta é a intenção do Senhor quando nos chama à vida, quando nos
chama a segui-lo.
Mateus está a falar à sua comunidade, que
adormeceu, que já não sabe vigiar e arrisca, como todos nós, não esperar mais
nada, ou esquecer e frustrar os dons recebidos, deixando-se paralisar pelo
medo”
(Ir. Lisa, in Secretariado Nacional da
Pastoral da Cultura).

13 de abril de 2025

26 de janeiro de 2025

19 de janeiro de 2025

12 de Janeiro de 2025

22 de Setembro de 2024

15 de Setembro de 2024