
SEMANA SANTA E GRANDE!
13 de abril de 2025
“Tive fome, tive sede, era estrangeiro, estava nu, doente, na
prisão... Do Evangelho emerge um facto extraordinário: o olhar de Jesus pousa
sempre, em primeiro lugar, sobre a necessidade do ser humano, sobre a sua
pobreza e fragilidade.
E depois da
pobreza, o seu olhar vai à procura do bem que circula na vida: deste-me pão,
água, um gole de vida, e não logo, como poderíamos esperar, à procura dos
pecados e dos erros do ser humano. E elenca seis boas obras que respondem à
pergunta sobre a qual se rege toda a Bíblia: que fizeste do teu irmão?
O que Jesus
evidencia não são grandes gestos, mas gestos poderosos, porque fazem viver,
porque nascem de quem tem o mesmo olhar de Deus.
Grandiosa
reviravolta de perspetiva: Deus não olha o pecado cometido, mas o bem feito.
No balanço de Deus o bem pesa mais. Beleza da fé: a luz é mais forte do que a
escuridão; uma espiga de trigo vale mais do que a cizânia do coração.
Eis, então,
o juízo: o que é que permanece quando não permanece mais nada? Permanece o
amor, dado e recebido.
Na cena
poderosa e dramática narrada no Evangelho do domingo de Cristo Rei, que se
torna no desvelamento da verdade última do viver, Jesus estabelece um ligame
muito estreito entre si e os homens, até chegar a identificar-se com eles: o
que fizestes a um dos meus irmãos, a mim o fizestes.
Jesus
pronuncia uma grandiosa declaração de amor pelo ser humano: Eu amo-vos tanto,
que se estiverdes doentes, é a minha carne que sofre, se tiverdes fome, sou Eu
que a sofro, e se vos oferecem auxílio, sinto Eu todas as minhas fibras a
alegrarem-se e a reviver.
Os homens e
as mulheres são a carne de Cristo. Ainda que haja um só sofredor, Ele será
sofredor.
Na segunda
parte da narrativa há aqueles que são expulsos, porque condenados. Que mal
cometeram? O seu pecado foi não ter feito nada de bem. Não foram maus ou
violentos, não acumularam mal sobre mal, não odiaram: simplesmente não fizeram
nada pelos pequenos da Terra, foram indiferentes.
Não basta
ser-se bom apenas interiormente e dizer: não fiz nada de mal. Porque se mata
também com o silêncio, mata-se também com o estar à janela. Não se comprometer
pelo bem comum, por quem tem fome ou sofre injustiça, ficar-se pelo olhar, é já
fazer-se cúmplice do mal, da corrupção, do pecado social, da máfia.
O exato
contrário do amor não é o ódio, mas a indiferença, que reduz a nada o irmão:
não o vejo, não existe, para ti é um morto que anda.
Esta atitude
o papa Francisco definiu-a como «globalização da indiferença». O maior mal é
ter perdido o olhar, a atenção, o coração de Deus entre nós”.
Ermes Ronchi, in Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

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