
SEMANA SANTA E GRANDE!
13 de abril de 2025
“João
Batista vê Jesus chegar (João 1,29-34)… Poder ter, como ele, olhos de profeta,
e sei que não é impossível, porque «há um laivo de profeta nos recantos de
cada existência humana» (A.J.Heschel).
Ver Jesus
enquanto vem, eternamente caminhando ao longo da corrente dos dias, carregado
de toda a distância; enquanto vem nos olhos dos irmãos mortos como cordeiros;
enquanto vem ao longo da fronteira entre bem e mal onde se joga o teu e, em ti,
o destino do mundo.
Vê-lo chegar
(como nos foi concedido no Natal) peregrino da eternidade, na poeira dos nossos
caminhos, espalhado por toda a Terra, perscrutador de amor dentro do acampamento
humano, de onde nunca mais se irá embora.
Eis o
cordeiro, o pequenino do rebanho, o último nascido que ainda precisa da mãe e
se confia ao pastor, que quer crescer connosco e no meio de nós. Não é o «leão
de Judá», que vem tratar dos malvados e prepotentes, mas um pequeno Deus que
não pode nem quer meter medo a ninguém; que não se impõe, mas se propõe e pede
apenas para ser acolhido. Acolhido como a narração da ternura de Deus.
Vem e traz a
revolução da ternura, traz uma outra maneira possível de habitar a Terra, vivendo
uma vida livre de engano e violência. Amai-vos, dirá, de outra forma
destruir-vos-eis, o Evangelho está todo aqui.
Eis o
cordeiro, indefeso e mais forte que todos os Herodes da Terra. Um desafio de
cara destapada à violência, à sua lógica, ao desamor, que é a raiz de todo o
pecado.
Vem o
Cordeiro de Deus, e traz muito mais do que o perdão, traz-se a si mesmo: Deus
na carne, o cromossoma divino no nosso ADN, o seu coração dentro do nosso
coração, respiração na nossa respiração, para sempre.
E tira o
pecado do mundo. O verbo declina-se no presente: eis aquele que incansavelmente,
infalivelmente, dia a dia, continua a tirar, a lançar fora, agora mesmo, o mal
do ser humano.
E de que
modo tira o mal? Com a ameaça e o castigo? Não, com o mesmo método vital,
positivo, com que opera na criação. Para vencer a escuridão da noite, Deus
começa a soprar sobre a luz do dia; para vencer o gelo, acende o seu sol; para
vencer a estepe, semeia milhões de sementes; para vencer o joio do campo,
lança o gérmen bom; para demolir a mentira, Ele passa livre, desarmado, amoroso
entre as criaturas.
O pecado é
tirado: no Evangelho o pecado está presente, e todavia está ausente. Jesus
fala dele só para nos dizer: foi tirado, é perdoável sempre! E como Ele, o
discípulo não condena, mas anuncia um Deus que se esquece de si próprio por
trás de uma ovelha perdida, uma criança, uma adúltera. Que morre por eles e a
todos tomará dentro da sua ressurreição”.
(Ermes
Ronchi, in Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura).

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