«EXPERIMENTEMOS PERCORRER O CAMINHO DOS MAGOS»

14 de Janeiro de 2024

“João Batista vê Jesus chegar (João 1,29-34)… Poder ter, como ele, olhos de profeta, e sei que não é impossível, por­que «há um laivo de profeta nos recantos de cada existên­cia humana» (A.J.Heschel).

Ver Jesus enquanto vem, eter­namente caminhando ao lon­go da corrente dos dias, car­regado de toda a distância; enquanto vem nos olhos dos irmãos mortos como cordei­ros; enquanto vem ao longo da fronteira entre bem e mal onde se joga o teu e, em ti, o destino do mundo.

Vê-lo chegar (como nos foi concedido no Natal) peregrino da eternidade, na poeira dos nossos caminhos, espalhado por toda a Terra, perscrutador de amor dentro do acampa­mento humano, de onde nun­ca mais se irá embora.

Eis o cordeiro, o pequenino do rebanho, o último nascido que ainda precisa da mãe e se confia ao pastor, que quer crescer connosco e no meio de nós. Não é o «leão de Judá», que vem tratar dos malvados e prepotentes, mas um pequeno Deus que não pode nem quer meter medo a ninguém; que não se impõe, mas se propõe e pede apenas para ser acolhido. Acolhido como a narração da ternura de Deus.

Vem e traz a revolução da ter­nura, traz uma outra maneira possível de habitar a Terra, vi­vendo uma vida livre de en­gano e violência. Amai-vos, dirá, de outra forma destruir-vos-eis, o Evangelho está todo aqui.

Eis o cordeiro, indefeso e mais forte que todos os Herodes da Terra. Um desafio de cara des­tapada à violência, à sua lógi­ca, ao desamor, que é a raiz de todo o pecado.

Vem o Cordeiro de Deus, e traz muito mais do que o perdão, traz-se a si mesmo: Deus na carne, o cromossoma divino no nosso ADN, o seu coração dentro do nosso coração, res­piração na nossa respiração, para sempre.

E tira o pecado do mundo. O verbo declina-se no presente: eis aquele que incansavelmen­te, infalivelmente, dia a dia, continua a tirar, a lançar fora, agora mesmo, o mal do ser hu­mano.

E de que modo tira o mal? Com a ameaça e o castigo? Não, com o mesmo método vital, positi­vo, com que opera na criação. Para vencer a escuridão da noi­te, Deus começa a soprar sobre a luz do dia; para vencer o gelo, acende o seu sol; para vencer a estepe, semeia milhões de se­mentes; para vencer o joio do campo, lança o gérmen bom; para demolir a mentira, Ele passa livre, desarmado, amo­roso entre as criaturas.

O pecado é tirado: no Evange­lho o pecado está presente, e todavia está ausente. Jesus fala dele só para nos dizer: foi tirado, é perdoável sempre! E como Ele, o discípulo não con­dena, mas anuncia um Deus que se esquece de si próprio por trás de uma ovelha perdi­da, uma criança, uma adúltera. Que morre por eles e a todos tomará dentro da sua ressur­reição”.

(Ermes Ronchi, in Secretariado Nacional da Pastoral da Cultu­ra).


Publicado em 2024-01-14

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