
SEMANA SANTA E GRANDE!
13 de abril de 2025
“Estavam maravilhados com o seu ensinamento. O
deslumbramento, essa experiência feliz que nos surpreende e desconstrói os
esquemas, que se introduz como lâmina de liberdade em tudo o que nos oprime:
rumores, palavras, processos mentais, hábitos, que nos faz entrar na dimensão
da paixão, que é capaz de mover montanhas.
Resgatemos o deslumbramento, a capacidade de nos
encantarmos de cada vez que encontramos alguém com palavras que transmitem a
sabedoria do viver, que tocam o coração da vida porque nascem do silêncio, da
dor, da profundidade, da proximidade da sarça ardente. A nossa capacidade de
experimentar alegria é diretamente proporcional à nossa capacidade de nos
deslumbrarmos.
Jesus ensinava como alguém que tem autoridade.
Autorizadas são apenas as palavras que alimentam a vida e a fazem florir.
Jesus tem autoridade porque nunca está contra o ser humano, mas sempre a favor
dele, e sabe-o algo no interior de quem o escuta. Autorizadas e verdadeiras
são apenas as palavras tornadas carne e sangue, como em Jesus; a sua pessoa é
a mensagem.
Como emerge do excerto que se segue: Havia um homem
possuído por um espírito impuro. O primeiro olhar de Jesus repousa sempre na
fragilidade do ser humano, e a primeira de todas as pobrezas é a ausência de
liberdade, como para um homem «possuído», prisioneiro de alguém mais forte que
ele.
E vemos como Jesus intervém: não faz discursos
sobre Deus, não procura explicações sobre o mal, antes mostra Deus que se imerge
nas feridas do ser humano; é Ele mesmo, Deus, que se imerge, como cura, na
vida ferida, e mostra que o Evangelho não é um sistema de pensamento, não é uma
moral, mas uma admirável libertação. Ele é o Deus chamado liberdade e que se
opõe a tudo o que aprisiona o homem. Os demónios dão-se conta: o que há entre
nós e Tu, Jesus de Nazaré? Vieste para nos arruinar?
Sim, Jesus veio para arruinar tudo o que arruína o
homem, veio para demolir prisões; veio trazer espada e fogo para cortar e queimar
tudo o que não é amor. Veio para arruinar o reino dos desejos equivocados que
se apoderam e devoram o homem: dinheiro, sucesso, poder, egoísmos.
A esses, que dirigem os corações, Jesus diz apenas
duas palavras: cala-te, sai. Como sonhou Isaías, que as espadas se transformem
em arados, que se quebre a concha e apareça a pérola. A pérola da criação é o
homem livre e amante. Posso tornar-me assim, também eu, se o Evangelho for para
mim paixão e encanto. Padecimento e parto. Então descobrirei «Cristo, minha
doce ruína» (Turoldo), que arruína em mim tudo o que não é amor, que dos meus
braços liberta todas as coisas vazias e dilata os horizontes que respiro”.
(Ermes Ronchi, in SNPC).

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