
SEMANA SANTA E GRANDE!
13 de abril de 2025
“Um leproso. O mais doente dos doentes, de doença
que não é apenas física, um excluído da sociedade: «Deve rasgar as roupas,
desalinhar o cabelo, tapar-se até à boca... será impuro, viverá isolado, e a
sua residência será fora do acampamento» (Levítico 13, 46).
E Jesus, todavia, aproxima-se, opõe-se à cultura da
exclusão, acolhe e toca o leproso, o último da fila. Toca o intocável. Ama
quem não se ama: pela lei de Moisés, aquele homem tinha sido castigado por Deus
pelos seus pecados, era um rejeitado do Céu.
O leproso não tem nome nem rosto porque é cada ser
humano. Em nome de cada um geme, da sua boca tapada sai uma expressão
comovente: «Se quiseres, podes curar-me». Com toda a discrição de que é capaz,
diz: «Se quiseres».
Intuo Jesus feliz por este pedido grande e
segredado, que lhe aperta o coração e o força a revelar-se: «Se quiseres». Em
nome de cada filho da Terra, o leproso pede. E o que quer Jesus?
Quer sacrifícios, uma pedagogia do sofrimento para
testar a nossa paciência, ou quer filhos curados?
E Jesus feliz por poder revelar Deus, por poder
dizer uma palavra última e imensa sobre o coração de Deus, responde: «Quero:
fica curado!». Repitamo-lo, com emoção, com paz, com força: eternamente Deus
não quer outra coisa a não ser filhos curados.
A mim diz-me: «Quero: fica curado!». A Lázaro
grita: «Quero: vem para fora!». À filha de Jairo: «“Talità kum”. Quero:
levanta-te!». É a boa nova: Deus que faz graça, que volta a restabelecer a
vida, Deus a quem importa a minha felicidade e a minha fidelidade.
A cada página do Evangelho Jesus mostra que Deus é
cura! Não conheço os modos nem os tempos, mas sei que luta agora comigo
contra todos os meus males, renovando gota a gota a vida, estrela a estrela a
noite.
O leproso curado, desobedecendo a Jesus, começa a
proclamar e a divulgar o que aconteceu. Recebeu e agora dá, através de gestos
e palavras e carne de primavera, a sua experiência feliz de Deus. O imundo
torna-se fonte de admiração, o rejeitado é transformado pelo acolhimento.
O que está escrito aqui não é uma fábula, sucede
realmente, sucede assim. Pessoas repletas de Deus conseguem hoje fazer as
mesmas coisas de Jesus. Repletas de Deus fazem milagres.
Vão às leprosarias do nosso tempo: sem-teto,
toxicodependentes, prostitutas, tocam-nos, um gesto de afeto, um sorriso, e
muitos, milhares e milhares, são literalmente curados dos seus males, tornando-se,
por sua vez, curadores.
Tomar o Evangelho a sério traz por dentro um poder
que muda o mundo. E todos aqueles que o tomaram a sério e tocaram os leprosos
do seu tempo, todos testemunham que fazê-lo é origem de grande felicidade”.
Ermes Ronchi, in
SNPC.

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