
SEMANA SANTA E GRANDE!
13 de abril de 2025
“Qual é o
Filho que o texto nos revela?
Revela-nos
este Filho, como acentua a voz: “Este é o Filho”, o Jesus que se encontra entre
vós, que vós, que vós conheceis, tão delicado, acessível, atraente e
simultaneamente tão frágil, vulnerável, humilhado.
O Filho é
Jesus, que falou do sofrimento e da morte, cujo rosto apavorado contemplareis
em Getsémani, empalidecido pela morte sobre a cruz. Este é o meu Filho; este é
o ressuscitado, o luminoso, o glorioso.
É difícil
unir estes dois rostos, e, todavia, este único rosto é o Filho predilecto do
Pai, que se aventura até á morte e que reflete glória até ofuscar os próprios
inimigos.
É um
mistério que nunca conseguiremos compreender completamente, a não ser no céu,
e oscilaremos sempre entre os dois conhecimentos.
O Pai é-nos
revelado como Aquele que diz “Escutai-O!” e que tem a coragem de revelar- Se
neste Filho aparentemente contraditório para nós, porque débil e forte, frágil
e poderoso, humilhado e glorioso.
“Escutai-O”,
isto é, suportai o duplo rosto do Filho, não vos deixeis desviar do seu rosto
triste nem iludir pelo seu rosto glorioso.
Somente na
contemplação dos dois rostos, que na realidade é um, vereis o mistério do Pai
que se revela na justiça e na misericórdia, no poder e na condescendência.
Somos assim
introduzidos naquele conhecimento sublime no qual a Igreja é chamada a
progredir ao longo dos milénios mas que ainda não atingiu passados os dois
mil anos.
Espantamo-nos
ao pensar como é possível que só nos últimos decénios a Teologia esteja a
aprofundar o dogma da Trindade; é conhecido na sua história descritiva, mas
continua escondido este rosto misterioso do Pai, do Filho e do Espírito.
Uma vida
bela
Aprofundando
o entusiasmo de Pedro, sentimo-nos solicitados a estender esta expressão a
toda a vida cristã: “É belo estar aqui”, é belo pertencer a Cristo. (...)
Descubro aqui o vosso carisma para o terceiro milénio: proceder de modo a que
os outros achem bela a vossa vida e sejam levados a desejar participar da vida
das vossas comunidades.
A outra
reacção, que temos, de reverência pelo divino, impele-nos a manter o olhar fixo
sobre Jesus ainda quando o seu rosto se esconde, como na noite da fé, noite
que, provavelmente, estamos a viver na sociedade ocidental europeia.
Manter o
olhar fixo sobre Jesus com reverência, ainda que a nuvem se torne obscura. Por
isso, devemos aceitar o entusiasmo e o temor, o alvoroço e a reverência, (...)
sabendo que continuamos a contemplar o rosto de Cristo, presente mesmo na
noite e na obscuridade”
(Carlo Maria Martini, in Secretariado Nacional da Pastoral da
Cultura).

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