
SEMANA SANTA E GRANDE!
13 de abril de 2025
“1. Não devemos começar a Quaresma com o rosto
sombrio, mas com um sorriso, com aquele sorriso que intuo no Evangelho deste
primeiro domingo. Com efeito, Jesus começa com um anúncio gozoso, que da
Galileia chega a todos os caminhos do mundo; parte de uma boa notícia, que está
encerrada nas primeiras palavras, aquelas com que inaugura a sua primeira
missão, e que são: «Está próximo o Reino de Deus.»
Como é possível levar uma boa notícia, que é para
todos, a não ser com um olhar exultante de alegria e um sorriso aberto? Muitos
vieram antes dele e depois dele como profetas, e começaram por denunciar o mal,
por lamentar a queda dos valores, a maldade dos tempos... como se esse fosse o
caminho para fazer triunfar o bem.
Jesus escolhe outro caminho: em vez de denunciar,
anuncia. Não vem como um reformador religioso ou como um contestador moralista,
mas como mensageiro de uma boa notícia extraordinariamente prometedora. O seu
anúncio é um “sim”, e não um “não”.
É como se dissesse: queres vencer o mal, dentro e
fora de ti? O mal é aquilo que faz mal ao homem, e é evocado hoje pelo relato
dos quarenta dias passados por Jesus no deserto, sendo tentado por Satanás.
Queres vencer o mal? Não basta o teu esforço, primeiro tens de conhecer a
beleza daquilo que está a acontecer, de um dom de Deus. E esse dom, eu to
anuncio: o Reino de Deus está aqui.
2. O que entende Jesus por Reino de Deus? Deus
olhou e disse “basta”; Ele vem, está aqui, luta contigo, e o coração e o mundo
mudam. Deus vem e cura a vida, dá-te o seu alento, o seu sorriso, a sua vida. A
todos e sem medida. E já não te deixa, se tu não o deixares. Deus vem para que
o mundo seja completamente diferente, outro mundo onde seja possível viver bem,
encontrar a plenitude da vida, a felicidade.
As primeiras palavras que Jesus pronuncia também
são o seu primeiro presente: vós estais imersos num mar de amor e nem sequer
vos dais conta! Por isso viveis mal. E acrescenta imediatamente: convertei-vos!
O que significa: mudai de olhar, virai-vos para esse mar de amor, para essa
luz. Imagino a conversão como o movimento do girassol, como esse obstinado
voltar-se para o sol. Porque o rosto de Deus é luminoso, e cada homem pode ser
um amigo.
Interrogo-me por vezes como é possível que pessoas
que tenham tido uma educação cristã se afastem para sempre da fé. Creio que
não é difícil encontrar a resposta, pelo menos em muitos casos, que é a
seguinte: não conheceram a boa notícia. Conheceram as normas morais, os
preceitos da Igreja, as práticas religiosas, mas não tiveram o encontro, não
viveram o sol, o encontro com a beleza de Deus. Que fé é essa sem assombro e
sem amor? Então, estes não deixaram a fé, mas apenas uma casca vazia, feita de
comportamentos e de práticas que já não os conseguiam motivar profundamente.
3. Prestemos atenção à primeira leitura: fala-nos
de um Deus que inventa o arco-íris, esse abraço resplandecente entre o céu e a
terra, um Deus inventor de comunhão com tudo aquilo que vive debaixo do sol e
para lá do sol. Tu até podes deixar Deus, mas Ele nunca te deixará. Volta,
então, a primeira pergunta: queres vencer o mal que está dentro e fora de ti?
Jesus indica o caminho: não contes com o teu esforço, mas com a força do Reino
que está dentro de ti, mansa e poderosa energia, como semente no ventre da mulher.
Vencer o mal contando com o bem, como faz Jesus.
Escreve o padre David Turoldo: «Nós morremos porque adoramos coisas de nada,
porque escolhemos amores de nada.» A tentação é sempre uma escolha entre dois
amores, e eu venço quando escolho o amor maior. Que está aqui. Voltai-vos para
a luz, porque a luz já está aqui. Acreditai nesta boa notícia que é o amor,
neste bem maior que está dentro e fora de vós, e que tem a beleza de um
arco-íris.
«Nómada de amor,
deixei a riqueza do palácio
por um arco-íris.
Tu escancaraste a minha vida,
és vento que sopra
e enfuna as velas,
seguir-te é coisa
de gente corajosa.
Deixei-me agarrar por ti
e, capturando-me,
libertaste-me:
agora caminho
com passo de rainha.
Como ao mergulhar em águas profundas,
primeiro tive medo,
mas agora recebi como dom de ti
um novo alento.
Centelha de eternidade,
sinto-me perto de ti,
ereta e real.
De olhos fixos no sol,
a cada aurora eu sei
que renunciar por ti
equivale a florescer»
(Marina Marcolini) Ermes Ronchi, in SNPC.

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