
SEMANA SANTA E GRANDE!
13 de abril de 2025
“«Deus amou
tanto o mundo» (João 3, 14-21), versículo central do Evangelho joanino, versículo
do assombro que renasce sempre por estas palavras apetitosas como o mel,
tonificantes como uma caminhada junto ao mar, entre salpicos de ondas e ar bom
respirado a plenos pulmões. Palavras a saborear a cada dia e às quais nos
agarrarmos com força em todas as passagens da vida, em cada queda, em cada
noite, em casa desilusão.
Deus amou
tanto… e a noite de Nicodemos, e as nossas noites, iluminam-se. Aqui podemos
renascer. A cada dia. Renascer para a confiança, para a esperança, para a
serena paz, para a vontade de amar, trabalhar e criar, renascer para a vontade
de proteger e cultivar pessoas, talentos e criaturas, todo o pequeno jardim que
Deus me confiou.
Não só o ser
humano, mas é o mundo que é amado, a Terra é amada, e os animais e as plantas
e a criação inteira. E se Ele amou a Terra, também eu a devo amar, com os seus
espaços, os seus filhos, o seu verde, as suas flores. E se Ele amou o mundo e a
sua beleza frágil, então também tu amarás a Criação como a ti mesmo, amá-la-ás
como o teu próximo: «O meu próximo é tudo o que vive» (Gandhi).
A revelação
de Jesus é esta: Deus considerou o mundo, cada ser humano, este meu nada a que
no entanto deu um coração, mais importante do que Ele próprio. Para me adquirir
perdeu-se a si mesmo. Loucura de amor.
Deus amou: a
beleza deste verbo no passado, para indicar não uma esperança ou uma
expetativa, mas uma segurança, um facto certo, e o mundo inteiro dele está
impregnado: «O nosso desastre é estarmos imersos num oceano de amor e não nos
damos conta» (G. Vannucci).
Toda a
história bíblica começa com um «és amado» e termina com um «amarás» (P. Beuchamp).
Não somos cristãos porque amamos Deus. Somos cristãos porque acreditamos que
Deus nos ama.
Deus não
enviou o Filho para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo, para que
quem acredita tenha a vida. A Deus não interessa instruir processos contra nós,
nem para condenar ou equilibrar as contas, e tão-pouco para nos absolver. A
vida dos amados de Deus não existe à medida do tribunal, mas à medida do
florescimento e do abraço, no paradigma da plenitude.
Para que o
mundo seja salvo: salvar quer dizer conservar, e nada se perderá, nem um suspiro,
nem uma lágrima, nem um fio de erva; não se perderá nenhum generoso cansaço,
nenhuma dolorosa paciência, nenhum gesto de cuidado por quanto seja pequeno e
oculto.
Se pude impedir que um
coração se desfaça, não terei vivido em vão. Se puder aliviar a dor de uma
vida ou aliviar uma pena, ou ajudar um pintarroxo caído a voltar ao seu ninho,
não terei vivido em vão (Emily Dickinson)”
(Ermes Ronchi, in Secretariado Nacional da Pastoral da
Cultura).

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