
SEMANA SANTA E GRANDE!
13 de abril de 2025
“Cristo ressuscitado é delicado com os
incrédulos, com aqueles que precisam de se reconciliar e com aqueles que estão
tão confusos, que nem o conseguem ver.
Isto é especialmente importante hoje em dia, em
que muitos cristãos respondem às dúvidas e à perplexidade com ameaças e
expulsão. Vejamos de que modo Cristo ressuscitado reage às dúvidas. Ele chama
uma pessoa pelo nome. Mostra. Explica. Acolhe. Perdoa. Dessas formas tão
suaves, as pessoas são convidadas a conhecer o Ressuscitado. O Ressuscitado
mostra-nos que Deus se encontra connosco onde nós nos encontramos. Deus
compreende a diversidade de formas pelas quais os discípulos vivem a sua fé.
Por isso, os Evangelhos não nos falam apenas de Deus, mas também de nós mesmos.
Estamos confusos ou por vezes chegamos até a negar
Deus, como faz Pedro? Precisamos de que Deus nos fale de uma forma pessoal,
como Maria? Somos como Tomé, que precisa de provas concretas da atividade de
Deus na sua vida? Ou somos como o Discípulo amado, que está tão unido a Jesus
que, mesmo sem provas, acredita, pura e simplesmente? Seja qual for a situação
do leitor em termos de fé, Deus compreende, tal como o Ressuscitado compreendia
os discípulos.
Os relatos das aparições também nos recordam que
Cristo ressuscitado se pode identificar com Jesus de Nazaré; o Cristo da fé é
identificável com o Jesus da história.
A ideia de que Jesus de Nazaré morreu e foi criada
uma pessoa nova é uma interpretação errada do milagre da ressurreição. O Jesus
que ressuscitou do sepulcro sabe aquilo de que os discípulos precisam porque
os conhecia. E eles agora reconhecem-no porque o conheceram durante o seu
ministério público. Maria reconhece a sua voz porque já a tinha ouvido antes.
As aparições associam de uma forma maravilhosa Jesus de Nazaré a Cristo
Ressuscitado.
Stanley Marrow faz um resumo encantador desta
ideia: «O Senhor ressuscitado tinha de ser, de forma reconhecível e identificável,
Jesus de Nazaré, o homem que os discípulos conheciam e seguiam, viam e
ouviam, com quem comiam e por causa de quem agora se refugiavam à porta
fechada, por «medo dos judeus». Se Ele tivesse ressuscitado como qualquer outra
pessoa que não fosse o Jesus de Nazaré que eles conheciam, privaria a
ressurreição de todo o seu significado. Aquele que eles tinham confessado como
seu Senhor ressuscitado é o mesmo Jesus de Nazaré que tinham conhecido e
seguido. Mostrar-lhes «as suas mãos e o seu lado» com as marcas da crucifixão e
o golpe da lança não era um gesto teatral, mas as credenciais de identificação
necessárias do Senhor ressuscitado, que ali estava de pé, diante deles, com o
Jesus de Nazaré crucificado, que eles tinham conhecido».
O Ressuscitado traz dentro de si as experiências da sua humanidade. Jesus Cristo é plenamente humano e plenamente divino. (...)
Muitas vezes, sentimo-nos incapazes de acreditar
que Deus poderia ter uma vida nova reservada para nós. «Nada pode mudar –
costumamos dizer. – Não há esperança.» Nesses momentos, acabamos por ficar
atolados no desespero, o que, às vezes, pode ser um reflexo de orgulho. Ou
seja, nós pensamos que sabemos mais do que Deus, o que será uma maneira de
dizer: «Deus não tem poder para mudar esta situação.» Que caminho escuro e
perigoso é o desespero, muito mais escuro do que a morte!
Quantos de nós acreditam que certas partes das
nossas vidas estão mortas? Quantos acreditam que certas partes da nossa
família, do nosso país, do nosso mundo, da nossa Igreja, não podem voltar à
vida? Quantos de nós nos sentimos privados da esperança de mudança?
É nesses momentos que eu me volto para a
ressurreição. Muitas vezes, volto-me para a imagem dos discípulos aterrados,
escondidos atrás de portas fechadas.
Nós não somos chamados a viver nessa sala. Somos
chamados a sair dos nossos esconderijos e a acompanhar Maria, chorando, por
vezes, sempre à procura, e, por fim, ofuscados pela madrugada da vida nova de
Jesus – surpreendidos –, encantados e comovidos de alegria. Somos chamados a
acreditar naquilo que ela viu: Jesus está ressuscitado”.
(James Martin, S.J., Para uma espiritualidade da Ressurreição, in Secretariado
Nacional da Pastoral da Cultura).

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