«CHAMADOS A ACREDITAR: JESUS ESTÁ RESSUSCITADO»

21 de Abril de 2024

“As minhas ovelhas escutam a minha voz. Não as ordens, a voz. A voz que atravessa as distâncias, inconfundível; que narra uma relação, revela uma intimidade, faz emergir em ti uma presença. A voz chega ao ouvido do coração antes das coisas que diz. É a experiência com que o bebé, quando ouve a voz da mãe, a reconhece, emociona-se, estende os bra­ços e o coração para ela, e já está feliz bem antes de chegar a compreender o significado das palavras.

A voz é o canto amoroso do ser: «Uma voz! O meu amado! Ei-lo, chega correndo pelos montes, saltando pelas co­linas» (Cântico dos Cânticos 2,8). E ainda antes de chegar, o amado pede o canto da ama­da: «Deixa-me ouvir a tua voz» (2, 14)… Quando Maria saudou Isabel, a sua voz fez dançar o ventre: «Mal a tua saudação chegou aos meus ouvidos, o menino sobressaltou de ale­gria no meu ventre» (Lc 1,44).

Entre a voz do bom pastor e dos seus cordeiros corre esta relação confiante, amorosa, fecunda. Com efeito, porque é que as ovelhas devem es­cutar a sua voz? Dois géneros de pessoas disputam a nossa escuta: os sedutores, que nos prometem prazeres, e os verdadeiros mestres, que dão asas e fecundidade à vida.

Jesus responde oferecendo a maior das motivações: porque Eu dou-vos a vida eterna. Es­cutarei a sua voz não por ob­séquio ou obediência, não por sedução ou medo, mas porque como uma mãe, Ele faz- me vi­ver. Eu dou-lhe a vida. O Bom Pastor coloca no centro da re­ligião não aquilo que eu faço por Ele, mas aquilo que Ele faz por mim. No coração do cristianismo não é colocado o meu comportamento, ou a minha ética, mas a ação de Deus. A vida cristã não se fun­da no dever, mas no dom: vida autêntica, vida para sempre, vida de Deus derramada den­tro de mim, antes que eu faça o que quer que seja. Ainda que eu diga sim, Ele semeou gérmenes vitais, sementes de luz que possam guiar-me a mim, desorientado na vida, à terra da vida. A minha fé cristã é incremento, acrescento, intensi­ficação do humano e de coisas que merecem não morrer.

Jesus di-lo com uma imagem de luta, de combativa ternura: ninguém arrancará as minhas ovelhas da minha mão. Uma palavra absoluta: «Ninguém». Dita duas vezes, como se ti­véssemos dúvidas: ninguém as pode arrancar da mão do Pai. Eu sou vida indissolúvel das mãos de Deus, laço que não se rasga, nó que não se desata. A eternidade é um lugar entre as mãos de Deus. Somos passa­rinhos que temos o ninho nas suas mãos. E na sua voz, que aquece o gelo da solidão”.

(Er­mes Ronchi, in SNPC)

Publicado em 2024-04-20

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