
SEMANA SANTA E GRANDE!
13 de abril de 2025
“O Evangelho
de hoje, quinto domingo do Tempo Pascal, abre-se com a imagem da vinha.
«Jesus disse aos seus discípulos: “Eu sou a videira verdadeira, e o meu Pai é o
agricultor”» (Jo 15, 1).
Na Bíblia,
Israel é muitas vezes comparado com a vinha fecunda, quando é fiel a Deus;
mas, se se afasta d’Ele, torna-se estéril, incapaz de produzir aquele «vinho
que alegra o coração do homem», como canta o Salmo 104 (v. 15).
A vinha
verdadeira de Deus, a videira verdadeira é Jesus que, com o seu sacrifício de
amor, nos oferece a salvação, nos abre o caminho para fazermos parte desta
vinha. E do mesmo modo como Cristo permanece no amor de Deus Pai, assim também
os discípulos, sabiamente podados pela Palavra do Mestre (cf. Jo 15, 2-4), se
estiveram unidos de modo profundo a Ele, tornam-se ramos fecundos, que
produzem uma colheita abundante.
São
Francisco de Sales escreve: «O ramo unido e vinculado ao tronco produz fruto
não pela sua própria virtude, mas em virtude do cepo: pois bem, nós fomos
unidos pela caridade ao nosso Redentor, como os membros à cabeça; eis por que
motivo... as boas obras, haurindo o seu valor d’Ele, merecem a vida eterna»
(Tratado do amor de Deus, XI, 6, Roma 2011, 601).
No dia do
nosso Baptismo, a Igreja enxerta-nos como ramos no Mistério Pascal de Jesus, na
sua própria Pessoa. Desta raiz nós recebemos a linfa preciosa para participar
na vida divina.
Como
discípulos, também nós, com a ajuda dos Pastores da Igreja, crescemos na vinha
do Senhor, vinculados pelo seu amor. «Se o fruto que devemos produzir é o amor,
o seu pressuposto consiste precisamente neste “permanecer”, que tem
profundamente a ver com aquela fé que não deixa o Senhor» (Jesus de Nazaré,
2007, 305).
É
indispensável permanecermos sempre unidos a Jesus, dependermos d’Ele, porque
sem Ele nada podemos fazer (cf. Jo 15, 5).
Numa carta
escrita a João, o Profeta, que viveu no deserto de Gaza no século V, um fiel
formula a seguinte pergunta: como é possível manter unidos a liberdade do
homem e o facto de nada podermos fazer sem Deus? E o monge responde: se o
homem inclina o seu coração para o bem, e pede ajuda a Deus, recebe a força
necessária para realizar a própria obra. Por isso, a liberdade do homem e o
poder de Deus procedem juntos. Isto é possível, porque o bem provém do Senhor,
mas ele é levado a cabo graças aos seus fiéis (cf. Ep. 763, SC 468, Paris 2002,
206).
O verdadeiro
«permanecer» em Cristo garante a eficácia da oração, como diz o beato
cisterciense Guerrico d’Igny: «Ó Senhor Jesus... sem ti nada podemos fazer. Com
efeito, Tu és o verdadeiro jardineiro, criador, cultivador e guardião do seu
jardim, que plantas com a tua palavra, irrigas com o teu espírito e fazes
crescer com o teu poder» (Sermo ad excitandam devotionem in psalmodia, SC
202, 1973, 522).
Estimados
amigos, cada um de nós é um ramo, que só vive se fizer crescer cada dia na oração,
na participação nos Sacramentos e na caridade a sua união com o Senhor. E quem
ama Jesus, videira verdadeira, produz frutos de fé para uma vida espiritual
abundante.
Supliquemos
à Mãe de Deus, a fim de permanecermos solidamente enxertados em Jesus, e para
que cada uma das nossas obras tenha n’Ele o seu início e o seu cumprimento”.
(Bento XVI, Regina Coeli, 6.05.2012)

13 de abril de 2025

26 de janeiro de 2025

19 de janeiro de 2025

12 de Janeiro de 2025

22 de Setembro de 2024

15 de Setembro de 2024