
SEMANA SANTA E GRANDE!
13 de abril de 2025
“A festa da
Ascensão celebra a partida do Jesus físico e a preparação para a chegada do Espírito
no Pentecostes, no próximo domingo.
Muitos de
nós não quereriam essa transição mais do que os apóstolos quando, na Última
Ceia do Evangelho de João, Jesus lhes disse que tinha de ir. Ele tem de ir para
que possa enviar o Espírito.
Jesus diz
aos seus discípulos, no capítulo 16 de João: É melhor para vós que Eu vá, porque,
de outra forma, o Espírito não virá. Mas indo, vou enviá-lo para vós. Os
discípulos, substancialmente, respondem: Esquece o Espírito, nós queremos que
fiques aqui connosco.
Creio que a
nossa resposta, hoje, seria a mesma. Mas porque é que Jesus diz que é melhor
para nós se tivermos o Espírito?
Acho que é
porque, independentemente do quão perto estivermos dele, Jesus é sempre
externo, enquanto o Espírito está dentro de nós. Por outras palavras, é a
escolha entre ter Jesus ou ser Jesus.
É o Espírito
que nos faz Jesus, que nos torna o corpo de Cristo. É o Espírito que nos dá
vida e nos enche de amor. É por isso que Jesus tem de ir embora para que possa
enviar o Espírito. Não é suficiente para nós estarmos com Jesus; temos de nos
tornar Jesus, e só o podemos concretizar com o poder do Espírito.
Muitos
católicos ficam nervosos quando ouvem carismáticos ou evangélicos falar sobre
ficarem cheios do Espírito Santo. Em algum momento das nossas vidas, podemos
ter tido uma experiência espiritual em que sentimos a presença de Deus, mas na
maioria das vezes atravessámos a nossa vida espiritual sem fogos de artifício.
Julgo que o
nosso problema é não sabermos como reconhecer a presença do Espírito nas
nossas vidas. Julgo que experimentamos a presença do Espírito não apenas em
momentos especiais, mas todos os dias das nossas vidas. Só que não o
reconhecemos. Se realmente acreditamos que Deus é amor, como as Escrituras nos
dizem, então, de cada vez que experimentamos amor, experimentamos o Espírito.
Toda a
criança que tem pais amorosos experimentou o Espírito. O amor fiel que experimentamos
de amigos e cônjuges é uma experiência do Espírito. O amor inocente e
confiante das crianças é um sinal do Espírito. Sempre que nos sentimos
impelidos a amar, não são apenas hormonas; é o poder do Espírito.
Há uma
segunda razão pela qual Jesus tem de partir: Ele tem de ser transformado no
Cristo cósmico.
Na
cosmologia de Lucas, o Paraíso está no céu. O nosso conhecimento da astronomia
e da evolução dá-nos uma perspetiva diferente. A ascensão celebra Jesus que se
torna o Cristo cósmico, que está relacionado não só com a Terra e a
humanidade, mas com o universo e tudo o que nele vive. Neste sentido, Cristo é
maior que Jesus, assim como o universo é maior que a nossa Terra. O Jesus
ascendido torna-se o Cristo cósmico sentado à direita do Pai.
Na sua
primeira homilia de Páscoa, o papa Bento XVI afirmou que a ressurreição é o
próximo passo na evolução humana. Ajudamos o mundo a evoluir quando nos unimos
ao Cristo ressuscitado, tornando-nos mais amorosos. A Ascensão lembra-nos que o
Cristo com quem estamos unidos é o Cristo cósmico, que está sentado à direita
do Criador do universo.
Ao
celebrarmos a Ascensão, escutamos as palavras de Jesus, mas com ouvidos
abertos pelo Espírito. Pelo poder do Espírito, estamos unidos a Cristo e uns
aos outros como um corpo. Este Cristo não é apenas o Jesus que andou na Terra,
mas o Cristo cósmico.
Pelo poder
do Espírito, unimo-nos a Cristo e a toda a criação, dando graças ao nosso Deus
e Pai. E quando partimos o pão, o Espírito abre os nossos olhos para ver Cristo
no meio de nós. Ao celebrarmos a Ascensão e o Pentecostes, oramos: «Vem Espírito
Santo, enche os corações dos teus fiéis».
(Thomas Reese, SJ, in Secretariado
Nacional da Pastoral da Cultura).

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