«DEUS TRABALHA NA HISTÓRIA E EM MIM»

16 de Junho de 2024

“Assim é o Reino de Deus: como um homem que lança a semente à terra. O infinito de Deus contado por uma minús­cula semente, o futuro na fres­cura de um grão de mostarda.

Acontece no Reino de Deus como quando um homem se­meia. O Reino acontece por­que Deus é o semeador incan­sável, que não se cansa de nós, que a cada dia sai a enxertar no universo as suas energias de maneira seminal, germinal, como um novo jardim do Éden que a nós pertence guardar e cultivar. E nenhum homem ou mulher é privado dos seus germens de vida, ninguém fica demasiado longe da sua mão.

A dormir ou acordado, de noi­te ou de dia, a semente ger­mina e cresce. Jesus sublinha um milagre infinito que nunca nos deixa de espantar: à noite vês um botão, no dia seguinte abriu-se uma flor. Sem nenhu­ma intervenção externa. Aqui mergulha a raiz da grande confiança de quem crê: as coi­sas de Deus, a inteira criação, o bem, crescem e florescem através de uma misteriosa for­ça interior, que é de Deus. Não obstante as nossas resistências e distrações, no mundo e no coração a semente de Deus germina e ergue-se para a luz.

A segunda parábola mostra a desproporção entre o grão de mostarda, a mais pequena de todas as sementes, e a grande árvore que dela nascerá. Sem voos grandiloquentes: o grão não salvará o mundo. Nós não salvaremos o mundo. Mas, diz Jesus, os pássaros virão e nela farão ninho. Muitos acorrerão à sombra da tua grande árvore, à sombra da tua vida virão para recuperar o fôlego, encontrar alívio, fazer o ninho: imagem da vida que reparte e vence. «Se ajudaste um só a ficar um pouco melhor, a tua vida reali­zou-se» (papa Francisco).

A parábola do grão de mostar­da narra a preferência de Deus pelos meios pobres; diz que o seu Reino cresce pela miste­riosa força secreta das coisas boas, pela energia própria da beleza, da ternura, da verdade, da bondade.

Enquanto o inimigo semeia morte, nós, como lavradores pacientes e inteligentes, se­meamos a boa semente; nós, como campo de Deus, continuamos a acolher e a proteger as sementes do Espírito, não obstante a raiva de todos os Herodes dentro e fora de nós.

Uma semente deposta pelo vento nas fendas de uma mu­ralha é capaz de viver; é capaz, com a fragilíssima ponta do seu gérmen, de abrir uma es­trada na dureza do asfalto. Je­sus sabe que imergiu no mun­do uma semente de bondade divina que, com a sua ação doce e implacável, despeda­çará a crosta árida de todos os tempos, para lhe trazer de novo a aragem da primavera, da vida florida, de colheita.

Toda a nossa confiança reside nisto: Deus trabalha no seio da história e em mim, no silêncio e com pequeninas coisas”.

(Ermes Ronchi, in Secretariado Nacional da Pastoral da Cultu­ra).

Publicado em 2024-06-16

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