
SEMANA SANTA E GRANDE!
13 de abril de 2025
“«Mestre,
não te importas que pereçamos?» (v. 38).
Muitas vezes
também nós, assaltados pelas provações da vida, gritamos ao Senhor: “Por que
permaneces em silêncio e não fazes nada por mim?”. Sobretudo quando temos a
impressão de afundar, porque esvaece o amor ou o projeto em que tínhamos
colocado grandes esperanças; ou quando estamos à mercê das ondas insistentes
da ansiedade; ou quando nos sentimos esmagados pelos problemas ou desorientados
no meio do mar da vida, sem rota e sem porto. Ou ainda, nos momentos em que
falta a força para ir em frente, porque não há trabalho ou um diagnóstico
inesperado nos faz temer pela saúde, nossa ou de um ente querido.
Há muitos
momentos em que nos sentimos numa tempestade, em que nos sentimos quase
perdidos.
Nestas
situações e em muitas outras, também nós nos sentimos sufocados pelo medo e,
como os discípulos, corremos o risco de perder de vista o que é mais
importante.
Com efeito,
no barco, embora durma, Jesus está presente, e partilha com os seus tudo o que
acontece. O seu sono, se por um lado nos surpreende, por outro, põe-nos à
prova. O Senhor está ali, está presente; efetivamente, espera - por assim
dizer - que o interpelemos, que o invoquemos, que o coloquemos no centro do
que vivemos. O seu sono estimula-nos a despertar. Pois para ser discípulo de
Jesus, não basta acreditar que Deus está presente, que existe, mas é preciso
pôr-se em jogo com Ele, é necessário levantar a voz com Ele. Escutai isto: é
preciso gritar com Ele. Muitas vezes a oração é um grito: “Senhor, salva-me!”;
“Senhor, salva-nos!”, e a oração torna-se um clamor!
Hoje podemos
perguntar-nos: quais são os ventos que se abatem sobre a minha vida, quais são
as ondas que impedem a minha navegação e colocam em perigo a minha vida espiritual,
a minha vida familiar, inclusive a minha vida psíquica?
Digamos tudo
isto a Jesus, contemos-lhe tudo. Ele deseja isto, quer que nos apeguemos a Ele
para encontrar abrigo contra as ondas anómalas da vida.
O Evangelho
narra que os discípulos se aproximam de Jesus, que o acordam e falam com Ele
(cf. v. 38). Eis o início da nossa fé: reconhecer que sozinhos não somos
capazes de permanecer à tona, que precisamos de Jesus, como os marinheiros das
estrelas para encontrar a rota.
A fé começa
quando acreditamos que não somos autossuficientes, quando nos sentimos
necessitados de Deus. Quando vencemos a tentação de nos fecharmos em nós
próprios, quando superamos a falsa religiosidade que não quer incomodar Deus,
quando clamamos a Ele, Ele pode fazer maravilhas em nós. É a força suave e
extraordinária da oração, que faz milagres.
Suplicado
pelos discípulos, Jesus acalma o vento e as ondas. E faz-lhes uma pergunta,
uma interrogação que também nos diz respeito: «Por que tendes medo? Ainda não
tendes fé?» (v. 40).
Os
discípulos deixaram-se surpreender pelo medo, pois tinham fixado mais as
ondas do que Jesus. E o medo leva-nos a olhar para as dificuldades, para os
problemas graves e não para o Senhor, que muitas vezes dorme.
Acontece o
mesmo connosco: quantas vezes olhamos para os problemas, em vez de ir ter com o
Senhor para depor nele as nossas preocupações!
Quantas
vezes deixamos o Senhor num canto, no fundo do barco da vida, para o acordar
apenas no momento da necessidade!
Hoje peçamos
a graça de uma fé que não se canse de procurar o Senhor, de bater à porta do
seu Coração.
A Virgem
Maria, que na sua vida nunca deixou de confiar em Deus, volte a despertar em
nós a necessidade vital de nos confiarmos a Ele todos os dias”.
(Papa Francisco, Angelus,
13.06.2021).

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