
SEMANA SANTA E GRANDE!
13 de abril de 2025
“Chamou a si
os doze e começou a enviá-los (Marcos 6, 7-13). De cada vez que Deus te chama,
põe-te em viagem. O nosso Deus ama os horizontes e o saibro. Dois a dois: porque
dois não é simplesmente a soma de um mais um, é o início do nós, a primeira
célula da comunidade.
Ordenou-lhes
que não levassem mais que um cajado. Só um cajado a sustentar o cansaço e um
amigo sobre o qual apoiar o coração. Nem pão, nem alforge, nem dinheiro, nem
duas túnicas. Serão diariamente dependentes do Céu.
Vê-os
avançar pelas curvas da estrada, parecem mendigos debaixo do céu de Abraão.
Gente que sabe que o seu segredo está para além deles, «anunciadores
infinitamente pequenos, porque só assim o anúncio será infinitamente grande»
(G. Vannucci).
Mas se
virmos melhor, podemos notar que além do cajado levam algo: um frasco de óleo
à cintura. É uma peregrinação de mansidão e que cura, de corpo em corpo, de
casa a casa. A missão dos discípulos é simples: são chamados a levar a vida por
diante, a vida frágil: ungiam com óleo muitos doentes e curavam-nos.
Ocupam-se da
vida, como o profeta Amós, expulsam os demónios, tocam os doentes e as suas
mãos dizem: «Deus está aqui, está próximo de ti, com amor». Viram com Jesus
como se tocam as chagas, como da dor nunca se foge, aprenderam a arte da
carícia e da proximidade.
E
proclamavam a conversão: converter-se ao sonho de Deus: um mundo curado, vida
sem demónios, relações que se tornem harmoniosas e felizes, um mundo de portas
abertas e brechas nos muros. As suas mãos sobre os doentes pregam que Deus já
está aqui. Está junto de mim com amor. Está aqui e cura a vida. Francisco
advertia os seus frades: pode pregar-se também com as palavras, quando não
resta mais nada.
Se em algum
lugar não vos acolherem e não vos escutarem, ide-vos embora e sacudi a poeira
debaixo dos vossos pés como testemunho para eles. Jesus prepara-os também para
o insucesso e para a coragem de não capitularem.
Como os
profetas, que acreditam na Palavra de Deus mais ainda do que na sua
realização: Isaías não verá a virgem dar à luz, nem Oseias verá Israel a ser
conduzido de novo ao deserto do primeiro amor. Mas os profetas amam a Palavra
de Deus mais ainda que os seus sucessos.
Os doze têm
a mesma fé dos profetas: acreditam no Reino bem antes de o verem instaurar-se.
O ideal neles conta mais do que aquilo que dele conseguem realizar.
Belíssimo Evangelho, onde emerge uma tripla economia: da pequenez,
da estrada, da profecia. Os doze vão, os mais pequenos dos mais pequenos; pela
estrada que é livre, que é de todos, que nunca se detém e que te impele; vão,
profetas do sonho de Deus: um mundo totalmente curado”
(Ermes Ronchi, in Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura).

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