
SEMANA SANTA E GRANDE!
13 de abril de 2025
“Tornar-se cristão, hoje como ontem, é em primeiro lugar tornar-se
discípulo de Jesus.
Um discípulo caminha no seguimento
de um Mestre, assume as suas opções e tenta viver, com outros, um estilo de
vida inspirado nelas.
Tornar-se discípulo é uma escolha
pessoal que conduz ao distanciamento da multidão. Nos nossos meios há diversas
maneiras de ver Jesus.
A cultura actual, com a acção
exercida pela comunicação social, acentua esta pluralidade de olhares mas
sempre com a construção de consensos, de visões partilhadas e dominantes que
convidam a uma conformação com essas tendências.
Ser discípulo é romper com
essa resignação, não se ficar pelas ideias que circulam e ousar tomar uma
posição. É o que faz Pedro em nome dos discípulos, ao proclamar que Jesus não é
apenas mais um profeta, como diz a multidão, mas que ele é o Cristo, o Messias
de Deus.
Mas ainda não chega. O discípulo
é convidado a aprofundar a identidade d’Aquele que segue. E o carácter
messiânico de Jesus não se conforma com os modelos correntes. Ele é diferente e
desconcertante, revelando-se no mistério pascal, caminho de dom e de serviço,
e não de poder e de glória.
Seguir este Messias implica
por isso comprometer-se em formas de pensar e viver que podem estar contra a
corrente da sociedade. A preocupação com os mais pobres, o perdão, a
generosidade, a recusa da força e das suas estratégias fazem parte do caminho
do seguimento.
Nos preceitos que se seguem à
profissão de fé de Pedro e às explicações de Jesus, são sublinhados traços
particulares do discípulo que se inscrevem directamente no seguimento das
escolhas e da identidade de Jesus.
Renunciar a si mesmo, tomar a
sua cruz, perder a vida: estes apelos são demasiado perturbadores. Pode-se até
perguntar se faz sentido viver assim. Não são eles o contrário da nossa
dinâmica natural, do nosso apego a uma vida feliz?
Importa antes de mais evitar
as interpretações pungentes e estreitamente moralizadoras que circularam com
frequência. Na linha da vida de Jesus, onde estes preceitos se inspiram, o
primeiro desafio é o do risco e do descentramento de si.
No século I, a cruz não é um
objecto devocional, uma jóia decorativa ou sinal de pequenos sacrifícios a
fazer para agradar a uma divindade bizarra. Ela evoca a rejeição social e o
risco de morrer. Ela indica aos discípulos que a sua escolha lhes pode valer
perder a sua boa reputação e conduzi-los a dar a vida pelo Evangelho. O que é
visível ainda hoje através de todos os mártires que se atreveram no compromisso
pela paz, pela justiça, pelo amor, e que pagaram o preço dessa ousadia, como Jesus.
Este compromisso arriscado
vive-se a “cada dia”, expressão que encontramos no Pai-nosso, em Lucas, para o
pedido do pão. A renúncia de si é consequência deste risco.
Na nossa cultura, onde a obsessão
de si reclama muito espaço, o mesmo acontecendo com a preocupação pela
segurança, este princípio surpreende, convidando a ver a existência de outra
forma.
O que é que conta numa vida?
Encontra-se mais alegria no dar do que no guardar-se, diz-nos Jesus. Uma vida
centrada em si mesmo leva à perda do gosto de viver e da alegria que a
acompanha.
Uma abertura a alguém maior que
si, um serviço atento às necessidades dos outros, com os seus imprevistos e
inseguranças, estilhaçam os muros e fronteiras que nos fecham na banalidade ou
na insignificância e são fontes de uma vida em abundância”.
(Daniel Cadrin, in Secretariado Nacional da Pastoral da
Cultura).
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