Ao Filho que doa a sua vida pela Humanidade, Deus responde ressuscitando-O. Ele venceu a morte e, nele, todos podemos vencer a morte, a nossa, as nossas mortes. A presença do Ressuscitado no meio dos discípulos, que O reconhecem na fé como o mesmo de antes da morte, não responde à curiosidade de sabermos como foi a Ressurreição e como Aquele que esteve no túmulo se faz presente na vida dos discípulos. O que eles viram, e que chegou até nós, é que Jesus morreu verdadeiramente e que, na sua morte, vista como vitória pelos seus executores, se confirmava o que Ele tinha anunciado: que ressuscitaria ao terceiro dia, cumprindo-se as escrituras.

A verdade é que, desde então, a partir da experiência dos discípulos, todas as gerações, ao longo dos séculos, vão fazendo a experiência da Presença libertadora de Jesus nas vidas pessoais e colectivas. O Ressuscitado trouxe uma novidade tal que, ainda hoje, os grandes questionamentos dos seres humanos chegam até Jesus e acreditamos que, com Ele, não há morte que se imponha como última palavra.

Fala-se de Ressurreição. Os cristãos, porém, preferem falar do Ressuscitado. Porque a fé verdadeira é sempre ponto de partida para novas relações com Ele. Pobres de nós quando falamos de Jesus como estranho a nós, reduzido a uma ideia, sempre susceptível de novas interpretações. Para os cristãos, a fé torna-se uma relação vital com Jesus, ponto de partida para todas as outras relações e para as visões mais profundas acerca do mundo criado por Deus e «libertado», reconstruído depois da «noite» do pecado.

Há sempre lugar para a esperança para quem acredita. Porque sempre «arde» cá dentro o desejo da presença do Ressuscitado.